Um vice sincero ou político?
O que você realmente espera de um vice-presidente da República? Alguém que seja sincero, faça análises sem rabo preso e tome atitudes condizentes, sobretudo, com o que considere o melhor para o Brasil, ou um político cheio de vícios, que não se indispõe com quem quer que seja e age conforme os interesses da governança?
É cedo para dizer se o autêntico Gal. Hamilton Mourão se sustentará no Palácio do Planalto, em Brasília, ou se em breve avançará mais uma casa no jogo da presidência. Após vencer no exército como um "faca na caveira", sempre tomando à frente e demonstrando opiniões firmes e por vezes duras, ele mantém o estilo em meio ao clã Jair Bolsonaro. E assim sofre diversas restrições.
Em episódios recentes, Mourão deixou transparecer mais do que o Governo como um todo gostaria. No cenário envolvendo a Vale e a tragédia de Brumadinho, veio a público inicialmente para dizer que a nova administração federal não tinha culpa. Devia ter destacado a importância de salvar vidas. Ele foi orientado para isso.
Em seguida, revelou que o Governo pretendia a ingerência na administração da mineradora. Teve de se explicar mais uma vez. Então, de posse de informações de que os engenheiros que forneceram o laudo com o aval para os trabalhos na barragem poderiam não ser culpados, trouxe isso a público. Embora o clamor popular pedisse punibilidade imediata. A história tem mostrado a sinceridade muitas vezes leva ao sincericídio. E que o politicamente correto se faz necessário em inúmeras ocasiões. Contudo, estaria mesmo o Gal. errado? Se não, como pará-lo antes que seja tarde? Só o tempo dirá.
